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COMO CRIMINOSOS USAM INFORMAÇÕES PESSOAIS PARA APLICAR GOLPES

Nos últimos meses, o aumento expressivo de golpes virtuais em moradores de áreas nobres de Brasília, onde vivem figuras influentes como políticos e funcionários de alto escalão, tem chamado a atenção das autoridades. Muitos desses casos compartilham um padrão preocupante: as vítimas relatam que os criminosos parecem ter acesso a detalhes íntimos de suas vidas, o que facilita o convencimento e a execução dos crimes.

Esses golpes, que muitas vezes ocorrem por meio de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, têm se tornado cada vez mais sofisticados. Um dos esquemas mais comuns envolve o uso indevido de perfis falsos de parentes próximos, como filhos e netos, solicitando transferências via Pix. As vítimas, geralmente idosos, ficam surpresas com a quantidade de informações que os criminosos parecem ter sobre seus familiares, incluindo fotos pessoais e dados financeiros.

A origem dessa facilidade de acesso está relacionada ao uso de “painéis de dados”, plataformas ilegais que vendem informações sensíveis sobre as vítimas, como CPF, registros de veículos, celulares, endereços, declarações de imposto de renda e até dados sobre armamentos. Em alguns casos, esses painéis chegam a oferecer acesso a câmeras de segurança que possibilitam a leitura de placas de veículos em diversas regiões do país. Tudo isso é comercializado por valores que variam entre R$ 150 e R$ 350, dependendo do tempo de assinatura.

As investigações apontam que os criminosos utilizam essas informações para criar um senso de credibilidade durante a abordagem, aumentando a eficácia dos golpes. Ao acessarem dados detalhados da vida pessoal das vítimas, os golpistas conseguem manipular e enganar com mais facilidade, tornando suas ações quase infalíveis.

A venda de dados em massa por meio desses painéis demonstra a gravidade da falta de segurança em relação ao tratamento de informações pessoais. Esse cenário ressalta a importância de um maior controle sobre o acesso e compartilhamento de dados, além de alertar para a necessidade de fortalecer as políticas de proteção de informações, tanto pelas autoridades quanto pelos próprios cidadãos.

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VULNERABILIDADE DIGITAL NAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Mais de 90% das empresas brasileiras falham na realização de backups adequados de seus dados, segundo uma pesquisa da Veeam, uma renomada empresa americana de tecnologia da informação. O estudo revelou que 95% dessas empresas enfrentam uma lacuna significativa entre a quantidade de dados que podem perder após uma interrupção inesperada e a frequência com que realizam backups.

O backup é amplamente reconhecido como uma das estratégias mais eficazes para enfrentar o ransomware, um tipo de ataque cibernético que sequestra dados e exige resgate para liberá-los. No entanto, muitas empresas ainda negligenciam essa prática essencial.

A pesquisa, que entrevistou 175 empresas no Brasil como parte de um estudo global abrangendo 3.000 empresas em 28 países, trouxe à tona dados alarmantes. Em média, 17% dos dados de todas as organizações permanecem totalmente desprotegidos. Além disso, 87% das empresas entrevistadas não conseguiram recuperar pelo menos parte dos dados perdidos.

Esses números destacam a urgente necessidade de as empresas brasileiras adotarem práticas robustas de backup para protegerem seus ativos digitais. Sem essa proteção, elas permanecem vulneráveis a perdas catastróficas de dados, que podem comprometer não apenas suas operações, mas também sua reputação e sustentabilidade no mercado.

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O CAMINHO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS SOB A LGPD

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), implementada no Brasil, representa um avanço significativo na proteção de dados pessoais, assegurando direitos fundamentais de liberdade e privacidade no ambiente digital. Esta legislação estabelece diretrizes rigorosas para empresas e organizações, promovendo um tratamento mais seguro e transparente de informações pessoais.

Estudos recentes indicam que a maioria das empresas brasileiras ainda enfrenta desafios para alcançar plena conformidade com a LGPD. Um levantamento, realizado com profissionais de diversos setores em todo o país, revelou que cerca de 80% das empresas ainda não estão totalmente adequadas à lei. Este cenário destaca a complexidade e a necessidade de um esforço contínuo para a adaptação às normas de proteção de dados.

Especialistas na área de segurança de dados enfatizam a importância da LGPD em resposta ao crescente uso de dados digitais. A legislação surge como um mecanismo de proteção ao consumidor, em um contexto onde dados sensíveis estão cada vez mais expostos a vulnerabilidades. Ressaltam-se, ainda, as implicações da lei para a segurança dos dados, sugerindo que as empresas devem investir significativamente em profissionais de Tecnologia da Informação (T.I) para fortalecer suas defesas contra ataques cibernéticos.

A constante atualização dos sistemas e a manutenção das ferramentas de segurança são vitais para proteger as estruturas digitais das empresas. Além disso, a conscientização e a educação interna sobre práticas seguras de manuseio de dados são fundamentais. A promoção de uma cultura de segurança de dados, através de campanhas informativas e treinamentos, é fundamental para garantir que todos os funcionários estejam alinhados com as melhores práticas e normativas legais.

Em resumo, a LGPD vai além do mero cumprimento de normas legais; ela representa um passo significativo na direção de um ambiente digital mais ético, seguro e confiável. A adesão às práticas estabelecidas pela legislação não apenas assegura a conformidade legal, mas também contribui para a construção de uma cultura organizacional que valoriza a proteção dos direitos individuais no mundo digital.