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O IMPACTO DA DIVULGAÇÃO INDEVIDA DE INFORMAÇÕES SENSÍVEIS NO AMBIENTE DIGITAL

Uma ação indenizatória foi movida contra o Estado da Bahia e uma conhecida plataforma de divulgação de conteúdo jurídico, sob a alegação de violação do direito ao sigilo de informações sensíveis sobre a saúde do autor. O caso gira em torno da divulgação indevida de um processo judicial sigiloso, envolvendo uma pessoa vivendo com HIV, cujos detalhes acabaram expostos publicamente na plataforma.

Os advogados do autor destacaram a gravidade do ocorrido, argumentando que ele, já vítima de discriminação relacionada à sua condição de saúde, sofreu uma nova violação com a exposição de dados pessoais. A situação trouxe à tona a discussão sobre a importância da proteção de dados sensíveis, especialmente no ambiente digital, onde informações podem ser disseminadas com grande rapidez e alcance.

A defesa do autor foi fundamentada na Constituição Federal, que, em seu artigo 5º, LXXIX, garante o direito fundamental à proteção de dados pessoais, inclusive nos meios digitais. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também foi utilizada como base, com foco no artigo 11, que restringe o tratamento de dados sensíveis, prevendo sua utilização apenas em hipóteses específicas e com medidas adequadas para evitar danos ao titular.

A plataforma envolvida não comentou o caso específico, devido ao sigilo judicial, mas reforçou que adota medidas contínuas para garantir que conteúdos sigilosos não sejam indexados. Além disso, mantém um canal de comunicação direta com os usuários para tratar de possíveis violações de privacidade, buscando assegurar a proteção dos envolvidos.

É importante destacar a complexidade da exposição indevida de dados pessoais e a urgência em assegurar a privacidade, especialmente em casos judiciais que tratam de questões de saúde ou outras informações sensíveis. A quebra de sigilo pode gerar prejuízos irreversíveis, agravando a situação de indivíduos que já são alvo de preconceitos sociais.

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LITÍGIOS NO E-COMMERCE: NOVAS LOJAS ENFRENTAM DESAFIOS COM ATENDIMENTO AO CLIENTE

A 10ª edição da pesquisa “Perfil do E-commerce Brasileiro”, realizada pela BigDataCorp, analisou mais de 23 milhões de sites e 1,9 milhão de e-commerces no Brasil, revelando uma tendência preocupante: o aumento dos litígios envolvendo lojas virtuais. Embora a maioria dos e-commerces ainda não enfrente processos judiciais, a proporção daqueles que enfrentam está crescendo.

No ano passado, 39,6% das empresas enfrentaram apenas um processo, enquanto 8,12% tiveram dois processos. Notavelmente, houve um aumento na faixa de três a cinco processos, que agora representa 21,77% das empresas. Por outro lado, houve uma redução de 7,91% no grupo que tinha entre seis e dez processos, e uma queda significativa para aquelas com 11 a 50 processos, somando 16,27%. Apenas uma minoria de 6,32% das empresas enfrentaram mais de 50 processos.

Principais Motivos de Litígios

Os dados indicam que o cenário competitivo do e-commerce tem elevado as expectativas dos consumidores, o que, por sua vez, tem gerado insatisfação e conflitos. As novas lojas, em particular, têm enfrentado dificuldades em atender às expectativas dos clientes, resultando em mais processos judiciais.

Muitos desses litígios estão relacionados a problemas de pós-venda e logística, como atrasos na entrega e produtos com defeito. A eficiência no atendimento ao cliente e estratégias jurídicas eficazes são essenciais para minimizar litígios e melhorar a reputação das empresas. Investir em um bom serviço de atendimento ao cliente e adotar melhores estratégias pode reduzir custos e melhorar a percepção do consumidor.

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INOVAÇÃO JURÍDICA: INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO JUDICIÁRIO BRASILEIRO

Nos meandros do Judiciário brasileiro, uma nova força está emergindo, personificada por nomes como Victor, Expedito, Rafa, Poti, Athos, Clara, Bem-Te-Vi e VictorIA. Estes são os modelos de Inteligência Artificial concebidos para acelerar a tramitação de processos, cortar custos e encurtar prazos. Atualmente, mais de uma centena desses “robôs” trabalham na Justiça brasileira.

Os números apresentam o tamanho do desafio: em 2022, o Judiciário brasileiro enfrentava cem milhões de processos com apenas 17 mil juízes. Isso implicaria em uma análise de seis mil demandas por juiz ao longo de um ano, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ademais, muitos processos, ao atingirem instâncias superiores, poderiam facilmente ultrapassar mil páginas. Portanto, a integração de máquinas se mostra como uma solução importante para mitigar essa lentidão.

Nos tribunais, esses robôs já desempenham tarefas rotineiras, conseguindo identificar e agrupar temas em processos, executar atividades cartorárias corriqueiras, além de sugerir andamentos e próximos passos para acelerar as ações. A IA identifica e gerencia demandas padronizadas, como a revisão ágil de pedidos de alvarás de soltura.

Esses modelos também são treinados para comparar processos com outras ações que já tiveram decisões ou desfechos em outros Tribunais, auxiliando os magistrados a fundamentarem suas decisões em precedentes relevantes. Um levantamento do CNJ revelou que, em 2022, existiam 111 projetos de Inteligência Artificial em desenvolvimento em 53 Tribunais em todo o país.

A IA no Judiciário deve ser encarada como uma tecnologia de apoio, uma extensão da inteligência humana, e não como uma substituição. Ele ressalta a importância de que todo processo de tomada de decisão esteja sob o controle do usuário.

Para os pesquisadores, além de conferir agilidade, a IA pode elevar a qualidade da Justiça e uniformizar as decisões dos Tribunais.

Os robôs são fundamentais nas análises de documentos jurídicos, triagem de processos e petições, especialmente diante do elevado volume de ações. No âmbito das decisões judiciais, podem auxiliar na identificação de precedentes e comparação de decisões semelhantes. Essa abordagem promete reduzir o tempo gasto em tarefas administrativas e aprimorar a qualidade das decisões judiciais, ancoradas em pesquisas mais robustas.

Apesar dos avanços, surgem preocupações sobre o uso, as aplicações e os limites da Inteligência Artificial no âmbito judicial. O CNJ tem estabelecido resoluções para impor limites e garantir transparência. Por exemplo, máquinas não podem emitir decisões em processos judiciais ou sugerir a dosimetria de penas em casos criminais. Áreas mais sensíveis do Direito, como processos criminais, direito de família e proteção à criança e ao adolescente, demandam cuidado especial na aplicação da Inteligência Artificial. O equilíbrio entre a tecnologia e a sensibilidade do Direito é um desafio que requer contínua reflexão e aprimoramento.

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TECNOLOGIA EM FAVOR DA JUSTIÇA: IA REFORÇA QUALIDADE DAS DECISÕES NO TJ-SP

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Dentro de um horizonte de apenas 45 dias, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) está prestes a marcar um marco inovador ao lançar um projeto pioneiro que faz uso da Inteligência Artificial (IA) para otimizar o processo de elaboração de despachos, sentenças e votos proferidos pelo órgão. Durante a solene cerimônia de instalação da 6ª Vara Cível do Fórum de Araçatuba, o presidente do tribunal, o desembargador Ricardo Mair Anafe, não deixou de realçar a importância dessa iniciativa para a evolução da instituição.

O desembargador explicou que, desde a implementação do processo eletrônico em 2012, houve um notável avanço. Agora, com a introdução da Inteligência Artificial, o objetivo é simplificar ainda mais os procedimentos, preparando previamente o material a ser analisado pelos juízes.

No entanto, é fundamental destacar que essa medida não tem a intenção de substituir a figura do juiz. O desembargador enfatizou que a IA será um instrumento de auxílio para o trabalho do magistrado, visando aumentar a eficiência. Ele fez questão de salientar que a eficiência, traduzida em qualidade e agilidade, é o foco. Entretanto, ele também esclareceu que a substituição completa de um juiz por uma IA levaria à necessidade de também substituir o Executivo e o Legislativo, algo que não é o objetivo.

O projeto-piloto, de acordo com o desembargador, terá seu início na capital paulista, buscando avaliar a implementação e, ao mesmo tempo, almejando proporcionar um sistema judiciário mais rápido e ágil. Com confiança na alta qualidade da Justiça, ele expressou a convicção de que, ao unir essa qualidade à celeridade, será possível alcançar uma eficiência muito aguardada.