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JOVEM DE TI DO SRI LANKA É TRAFICADO E FORÇADO A APLICAR GOLPES ONLINE

Um jovem de 25 anos, trabalhador de Tecnologia da Informação (TI) do Sri Lanka, foi tragicamente traficado para um campo de trabalhos forçados secreto em Mianmar, controlado por criminosos de língua chinesa. Forçado a aplicar golpes online, ele e outros traficados eram obrigados a enganar pessoas e roubar suas economias, sob a constante ameaça de espancamentos e tortura.

O jovem viajou inicialmente para a Tailândia em busca de uma oportunidade de trabalho, mas ao invés de encontrar um emprego em um escritório em Bangkok, foi sequestrado e levado para um complexo sombrio em Mianmar. Atraído pela promessa de um emprego de registro de dados com um salário promissor, ele e outros foram vendidos a gangues que os forçaram a trabalhar longas horas em fraudes online.

No campo de “ciberescravidão”, localizado na selva de Myawaddy, os traficados eram obrigados a construir relacionamentos falsos com alvos vulneráveis na Europa e nos Estados Unidos, persuadindo-os a investir em plataformas de negociação fraudulentas. Quem se recusava a obedecer era espancado, torturado ou violado. Em uma ocasião terrível, o jovem passou 16 dias em uma cela, recebendo apenas água contaminada para beber, e testemunhou a violação de duas jovens.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 120 mil pessoas em Mianmar e outras 100 mil no Camboja foram forçadas a trabalhar em fraudes online. Centros semelhantes também foram encontrados no Laos, Filipinas, Malásia, Tailândia e, em menor grau, no Vietnã. A Interpol alerta que essa tendência deixou de ser uma questão regional e se tornou uma ameaça à segurança global, com muitos países envolvidos como centros de fraude, rotas de trânsito ou origem das vítimas.

Governos e organizações internacionais estão trabalhando para resgatar essas vítimas. Recentemente, o governo indiano resgatou 250 cidadãos do Camboja, e a China repatriou centenas de seus cidadãos de centrais de golpes em Mianmar. Autoridades do Sri Lanka também estão cientes de que muitos de seus cidadãos estão presos em campos semelhantes e têm trabalhado para resgatá-los.

O jovem traficado relata que foi vendido a diferentes gangues durante seu cativeiro de seis meses. Após uma tentativa frustrada de resistir, ele foi brutalmente torturado. Eventualmente, seus pais conseguiram pagar o resgate, e ele foi liberado, mas não sem incorrer em uma dívida esmagadora. De volta ao Sri Lanka, ele agora trabalha incansavelmente para pagar os empréstimos, vivendo uma realidade distante dos sonhos que tinha ao aceitar a oferta de trabalho.

Essa história trágica destaca a cruel realidade do tráfico humano e a necessidade urgente de esforços internacionais coordenados para combater essas redes criminosas, proteger os vulneráveis e oferecer suporte às vítimas resgatadas.

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OPERAÇÃO CONJUNTA DERRUBA REDE DE MALWARE BANCÁRIO

A recente operação conjunta entre a Polícia Federal do Brasil e a Polícia Nacional da Espanha, com o apoio da Interpol, marcou um ponto de virada significativo na luta contra o crime cibernético transnacional. A operação desmantelou uma rede de criminosos responsáveis pelo malware bancário Grandoreiro, que tem aterrorizado usuários na esfera de língua espanhola desde 2017.

A eficácia desta operação foi ampliada pelo suporte técnico de corporações de segurança cibernética renomadas como Trend Micro, Kaspersky, ESET, Group-IB e Scitum, juntamente com informações cruciais fornecidas pelo Caixa Bank da Espanha. Essa colaboração permitiu a identificação e a prisão de cinco programadores e operadores brasileiros que gerenciavam a infraestrutura desse software malicioso.

Em agosto de 2023, análises detalhadas permitiram estabelecer ligações claras entre diversas amostras do malware, aproximando os investigadores do núcleo do crime organizado. Uma sequência de reuniões estratégicas culminou na emissão de cinco mandados de prisão temporária e treze de busca e apreensão em diversos estados brasileiros, além do bloqueio e apreensão de bens para desmantelar a estrutura financeira dos criminosos e recuperar os ativos desviados.

O Grandoreiro se espalha principalmente por meio de e-mails de phishing disfarçados de comunicações de entidades respeitáveis, como tribunais e companhias de telecomunicações. Uma vez instalado, o malware captura informações através do monitoramento de teclas e movimentos do mouse, além de manipular janelas pop-up que induzem a vítima a revelar dados sensíveis. Os criminosos têm acesso então a contas bancárias, de onde desviam fundos para contas intermediárias antes de transferi-los de volta para o Brasil.

O trabalho coordenado destacou a importância de compartilhamento de informações e cooperação entre entidades de segurança pública e privada em escala global. É importante reforçar o papel da Interpol como facilitadora dessas interações, sublinhando a necessidade de um compromisso contínuo para combater as ameaças cibernéticas que não respeitam fronteiras nacionais.

O comprometimento da Interpol em suportar contínuas investigações em diversos países sinaliza uma abordagem proativa e adaptativa ao cenário de ameaças em constante evolução, assegurando que os esforços para combater o crime cibernético sejam tanto dinâmicos quanto colaborativos.