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O FUTURO DA IA NO BRASIL: INFRAESTRUTURA, CAPACITAÇÃO E REVOLUÇÃO NOS SERVIÇOS PÚBLICOS

O Brasil está prestes a entrar em uma nova fase no desenvolvimento e aplicação da Inteligência Artificial (IA). O país, que já teve um papel de destaque na adoção de software livre no início do século XXI, vê agora um novo impulso nesse movimento com o avanço de tecnologias acessíveis e de código aberto. O lançamento de modelos de IA por empresas que disponibilizam seu código para a comunidade representa um marco na democratização da tecnologia, colocando-a ao alcance de desenvolvedores, pesquisadores e empresas de diferentes portes.

Essa transformação ocorre paralelamente à recente formulação de um plano estratégico nacional para IA, um conjunto de diretrizes que orientará os investimentos e as políticas públicas para o setor entre 2024 e 2028. O projeto busca fortalecer a infraestrutura computacional, capacitar profissionais, modernizar serviços públicos, incentivar a inovação empresarial e estabelecer um marco regulatório eficiente.

Infraestrutura para IA: o desafio do Brasil

Para que a Inteligência Artificial se desenvolva de forma competitiva no Brasil, é fundamental ampliar a capacidade de processamento e garantir a sustentabilidade energética das operações. O plano prevê a aquisição de supercomputadores e a descentralização dos recursos tecnológicos, reduzindo a concentração geográfica dos centros de inovação.

Outro pilar essencial é a criação de um ecossistema robusto de dados e software, viabilizando a pesquisa colaborativa entre diferentes instituições. O investimento no software livre será significativo, com a injeção de mais de R$ 1,4 bilhão na criação e curadoria de bases de dados nacionais para treinar modelos de IA em português. Além disso, há uma forte aposta na construção de um modelo fundacional de IA adaptado à língua e aos desafios específicos do país.

Formação e capacitação: um passo essencial para o futuro

Nenhuma revolução tecnológica se sustenta sem profissionais capacitados. Por isso, um dos grandes eixos da estratégia nacional de IA é a formação de especialistas e a disseminação do conhecimento sobre o tema. Com um investimento bilionário, o país pretende expandir cursos de graduação, fomentar a pesquisa acadêmica e garantir acesso a capacitações técnicas para suprir a crescente demanda do mercado.

Dentre as iniciativas previstas, destaca-se a criação da Olimpíada Brasileira de IA, que pretende estimular o interesse de jovens talentos. Além disso, haverá um forte impulso à oferta de cursos online gratuitos e parcerias estratégicas para formação profissional. O objetivo é preparar milhares de especialistas nos próximos anos, consolidando o Brasil como um polo emergente na área.

Inteligência Artificial nos serviços públicos

A modernização da administração pública é um dos pilares do plano nacional para IA. O governo pretende investir em plataformas inteligentes para tornar os serviços mais ágeis e eficientes, reduzindo burocracias e melhorando a experiência dos cidadãos. Uma das principais iniciativas será a criação de um núcleo dedicado ao desenvolvimento de soluções baseadas em IA, que permitirá a testagem de modelos antes da implementação em larga escala.

Outro ponto estratégico é a criação de uma “Nuvem Soberana”, destinada a armazenar dados governamentais com alto nível de segurança e controle. A expectativa é que a digitalização dos serviços e a implementação de IA tragam ganhos significativos de eficiência, permitindo ao governo economizar bilhões de reais com a eliminação de processos manuais e redundantes.

Apoio à inovação e ao setor produtivo

O setor empresarial também será fortemente impactado pela estratégia nacional de IA. Com investimentos superiores a R$ 13 bilhões, a iniciativa pretende incentivar startups, fortalecer datacenters sustentáveis e promover a inserção de profissionais qualificados no mercado. Além disso, a criação de hubs de inovação e a expansão de redes de pesquisa colaborativa serão essenciais para fomentar soluções aplicadas à indústria e ao comércio.

Destaque especial será dado ao desenvolvimento de datacenters sustentáveis no Norte e Nordeste do país, garantindo maior equidade no acesso à infraestrutura tecnológica. Também há um olhar atento para a indústria nacional, que será estimulada a adotar soluções baseadas em IA para aumentar sua competitividade global.

O futuro da IA no Brasil

Embora a concretização de todas as metas dependa da execução eficiente dos investimentos e da articulação entre diferentes setores, a estratégia nacional de IA estabelece um mapa claro para o futuro do país nessa área. O avanço do software livre, aliado a uma infraestrutura sólida e a uma ampla capacitação de profissionais, pode colocar o Brasil em uma posição estratégica no cenário global da Inteligência Artificial.

Ao longo dos próximos anos, o país terá a oportunidade de definir seu papel nesse ecossistema em rápida evolução. Se bem conduzido, esse movimento pode não apenas impulsionar a inovação, mas também garantir que os benefícios da IA cheguem a toda a sociedade, tornando-a uma ferramenta de transformação econômica e social.

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A IMPORTÂNCIA DA PROTEÇÃO DE CREDENCIAIS EM INFRAESTRUTURAS DE NUVEM

Recentemente, foi identificado um aumento nos ataques cibernéticos direcionados a empresas que utilizam infraestrutura em nuvem. Criminosos têm explorado arquivos de configuração mal configurados, particularmente aqueles que armazenam variáveis de ambiente, para obter credenciais de acesso a serviços em nuvem. Esses arquivos, conhecidos como .ENV, são comumente usados para armazenar informações de configuração de software e, quando expostos, representam um risco significativo para as organizações.

A campanha, que começou no início deste ano, envolve a varredura em larga escala de servidores na internet, identificando empresas que inadvertidamente expuseram esses arquivos. Uma vez que os atacantes obtêm acesso, eles podem extrair dados e, em alguns casos, deletar os arquivos originais, exigindo posteriormente um resgate para a devolução dos dados.

Embora as negociações entre os invasores e as vítimas sejam realizadas de forma privada, dificultando a verificação de pagamentos, o impacto potencial dessas ações é considerável. Este tipo de ataque não é novo e segue um padrão observado anteriormente, onde cibercriminosos exploravam bancos de dados mal configurados para obter ganhos financeiros.

A principal conclusão desse cenário é a necessidade de uma configuração adequada e segura das infraestruturas em nuvem. Mesmo com a evolução das práticas de segurança, a exposição de credenciais legítimas ainda é um ponto vulnerável. Portanto, é fundamental que as empresas revisem suas configurações e implementem medidas para evitar a exposição de informações sensíveis, reforçando a segurança de seus sistemas e prevenindo acessos não autorizados.

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JOGOS OLÍMPICOS DE PARIS 2024: UM ALVO ATRAENTE PARA AMEAÇAS CIBERNÉTICAS

Os Jogos Olímpicos de Paris, que começam em 26 de julho, prometem ser um evento de alto risco em termos de segurança cibernética. De acordo com um recente relatório da IDC, o alerta para ataques informáticos deve estar no nível máximo, afetando não apenas entidades diretamente envolvidas no evento, mas também empresas de diversos setores.

O Maior Risco de Segurança Cibernética da História Olímpica

A edição de Paris 2024 é prevista para ser a mais conectada de todas, integrando sistemas de backoffice, financeiros, infraestruturas críticas, tecnologia desportiva, transmissão, e-commerce e venda de bilhetes. Esta conectividade torna todos esses sistemas potenciais alvos de ataques cibernéticos.

Especialistas apontam que não apenas as instalações dos jogos, mas também infraestruturas nacionais e empresas aparentemente não relacionadas, como telecomunicações, transportes, hotéis e redes financeiras, podem ser alvo de ataques. Este cenário cria um ambiente de ameaças complexo, com um ecossistema diversificado de agentes mal-intencionados prontos para explorar vulnerabilidades.

A Estratégia dos Cibercriminosos

Eventos esportivos globais, como os Jogos Olímpicos, são oportunidades valiosas para cibercriminosos. Eles aproveitam a atenção global e a possível distração dos alvos para lançar novas ameaças, utilizando técnicas como ransomware, exfiltração de dados, exploração de vulnerabilidades de aplicações, engenharia social, phishing personalizado e ataques de negação de serviço.

Preparação e Resposta

Para enfrentar essas ameaças, organizações públicas e privadas estão intensificando seus esforços de preparação. A IDC estima que esses preparativos terão um impacto positivo de 86 milhões de euros nas receitas dos serviços de cibersegurança na França, com um crescimento de mais de dois pontos percentuais nas despesas totais com esses serviços. Em toda a Europa, espera-se um impacto adicional de 52 milhões de euros em investimentos em cibersegurança.

Um centro de operações de segurança (SOC) dedicado ao evento será estabelecido para gerenciar os serviços de cibersegurança, trabalhando em coordenação com outros 17 SOCs ao redor do mundo. Além disso, um serviço nacional integrado à secretaria de Estado da Defesa Nacional foi criado para coordenar a resposta a eventuais ataques, respondendo diretamente ao governo.

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 representam um desafio sem precedentes para a segurança cibernética. A combinação de alta conectividade e um ecossistema diversificado de ameaças exige uma preparação robusta e coordenada para proteger tanto as entidades envolvidas diretamente quanto as empresas e infraestruturas nacionais. O sucesso nessa área será crucial para garantir a segurança e integridade do evento e seus participantes.