Nos últimos anos, a inteligência artificial tem se integrado cada vez mais ao cotidiano, transformando a maneira como muitas empresas operam. Uma dessas inovações vem de uma startup que utiliza IA para analisar dados sanguíneos comuns com o objetivo de detectar doenças crônicas, como o câncer de mama.
Desde 2018, a startup tem colaborado com uma universidade renomada no Brasil, onde ajudaram a estabelecer o primeiro laboratório de inteligência artificial. A equipe identificou que os dados presentes em exames de sangue contêm informações valiosas que muitas vezes passam despercebidas. Isso ocorre porque os processos biológicos humanos são complexos e não lineares, com interações sutis entre diferentes marcadores sanguíneos que são difíceis de interpretar sem o auxílio da tecnologia. Com a IA, é possível identificar padrões ocultos que os métodos tradicionais não conseguem captar.
Essa abordagem inovadora tem se mostrado promissora em várias frentes. A tecnologia foi utilizada, por exemplo, para prever a possibilidade de desenvolvimento de Alzheimer com anos de antecedência e para identificar pacientes com COVID-19 durante a pandemia. Um caso pessoal motivou a aplicação da tecnologia no rastreamento do câncer de mama, uma doença cuja detecção precoce pode salvar vidas.
Atualmente, apenas uma pequena parcela das mulheres tem acesso à mamografia, um exame crucial para o diagnóstico precoce do câncer de mama. A proposta da startup é utilizar hemogramas, que são exames mais acessíveis e baratos, para identificar padrões que indiquem um risco elevado da doença. Isso pode ajudar a priorizar o atendimento e otimizar o uso de recursos como mamografias.
O método desenvolvido pela startup não pretende substituir os exames tradicionais, mas sim funcionar como uma ferramenta complementar para melhorar a triagem de pacientes. Além disso, há potencial para adaptar a tecnologia para detectar outras doenças, principalmente aquelas que representam uma carga significativa para o sistema de saúde.
A visão da equipe é tornar essa tecnologia amplamente disponível, inclusive no sistema público de saúde, devido ao seu baixo custo e à sua capacidade de reaproveitar exames já realizados para outros fins. A informação obtida pode ser crucial para a formulação de políticas públicas de saúde, ajudando a direcionar recursos para os grupos mais vulneráveis.
A ambição da startup é global, dado que o câncer é um problema mundial e a tecnologia pode beneficiar especialmente populações com acesso limitado a cuidados de saúde. A IA promete melhorar os desfechos dos pacientes, permitindo diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes e menos onerosos.
No momento, a tecnologia está em fase de testes, em parceria com hospitais e laboratórios renomados, buscando validar sua eficácia. O projeto também conta com apoio de programas de inovação e investimentos privados, sinalizando um futuro promissor para a aplicação da IA na saúde.