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ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO PARA STARTUPS: POR QUE A DUE DILIGENCE É FUNDAMENTAL

No ambiente de negócios atual, extremamente volátil e competitivo, a diligência prévia, ou due diligence, emerge como uma estratégia crítica, essencial tanto para investidores quanto para empreendedores. Essa auditoria pré-transação desempenha um papel importante na informação das partes envolvidas, permitindo uma tomada de decisão mais embasada e a minimização de riscos, o que, por sua vez, potencializa o valor das empresas.

A due diligence abarca uma investigação detalhada sobre uma companhia, sendo essencial para a identificação de riscos, asseguração de conformidade com leis e regulamentações, análise financeira aprofundada, avaliação da eficiência operacional, verificação de aderência à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), proteção de propriedade intelectual, e também a análise de práticas sustentáveis. Torna-se indispensável antes de se empreender em grandes movimentações corporativas, como auditorias, aquisições, fusões, parcerias estratégicas, entre outros.

Dentro do universo das startups, a due diligence é interpretada como a verificação minuciosa feita por investidores anjo e fundos de venture capital antes de efetivarem qualquer investimento. A aderência a uma rigorosa prática de due diligence é, sem dúvida, um fator determinante para o sucesso de startups em busca de financiamento.

Fundamentos da Due Diligence em Startups

Trajetória dos Fundadores

A análise do percurso profissional e pessoal dos fundadores constitui o alicerce inicial da due diligence. Investidores perspicazes dedicam-se a compreender as competências, experiências e o histórico dos gestores à frente da startup, avaliando sua capacidade de superar desafios, liderar com eficácia e adaptar-se a mudanças do mercado. A resiliência, curiosidade e otimismo, juntamente com conhecimento técnico e compreensão do setor, são altamente valorizados, refletindo uma maturidade empresarial e potencial de superação notáveis.

Análise de Riscos

Identificar riscos de forma acurada, seja no espectro financeiro, operacional, legal ou ambiental, é um pilar fundamental. Essa fase assegura que a startup esteja em conformidade com as normativas atuais, mitigando surpresas que possam afetar negativamente seu futuro.

Conformidade Legal

Esta vertente engloba a verificação de litígios potenciais ou em curso, gestão de contratos, questões de propriedade intelectual, e aderência a leis e normativas aplicáveis. É vital para prevenir penalidades e fortalecer a posição legal da empresa no mercado.

Avaliação Financeira

Um exame da situação financeira fornece aos investidores uma base para estimar o valor justo da startup. Inclui a análise de demonstrações financeiras, receitas, passivos e projeções de crescimento.

Operacionalidade

A avaliação da eficiência operacional e gerencial é crucial para entender se a empresa pode se sustentar e competir no mercado a longo prazo.

Sustentabilidade e Responsabilidade Social (ESG)

A due diligence também contempla a análise de práticas ambientais, sociais e de governança, avaliando o comprometimento da startup com a sustentabilidade e responsabilidade social.

A due diligence é uma pedra angular para o sucesso no cenário empresarial moderno, proporcionando uma visão holística da empresa, essencial para a mitigação de riscos e maximização de valor. Para investidores, ela oferece uma base sólida para decisões de investimento; para empreendedores, representa uma chance de solidificar sua posição no mercado. A implementação de uma prática de due diligence rigorosa é, portanto, imperativa para startups que aspiram ao sucesso em um ambiente desafiador.

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ENTENDA O EFEITO DO VAZAMENTO DAS METAS DA MOVIDA NO MERCADO FINANCEIRO

Na recente temporada de eventos corporativos, um incidente envolvendo a Movida, uma conhecida empresa de locação de veículos, gerou grande repercussão. Uma funcionária postou nas redes sociais uma foto que incluía um “troféu” com metas financeiras da empresa para o ano seguinte: uma receita projetada de R$ 12,4 bilhões, EBITDA de R$ 4,3 bilhões e um lucro líquido estimado em R$ 210 milhões.

O cerne da controvérsia reside no fato de a Movida habitualmente não fornecer guidances financeiras ao mercado. Além disso, a meta de lucro líquido revelada, que foi apresentada durante uma convenção interna de vendas, situou-se significativamente abaixo da expectativa de mercado de R$ 400 milhões, conforme dados compilados pela Bloomberg.

A divulgação não oficial dessas cifras provocou uma reação adversa no mercado de ações. As ações da Movida, já marcadas por um alto volume de posições vendidas, sofreram uma queda acentuada de mais de 11% durante o pregão, acompanhada de um volume de negociação elevado. Isso levou a empresa a emitir um comunicado oficial.

Neste comunicado, a Movida esclareceu que os números divulgados na fotografia eram meramente gerenciais e simplificados, não representando uma orientação formal para o mercado. A empresa destacou que as projeções não incluíam aspectos importantes como operações com instrumentos derivativos financeiros, a curva de depreciação de ativos – um fator crucial na indústria de locação de veículos – e variações na curva Selic, além de movimentos em certos créditos e provisões fiscais.

Apesar da tentativa de esclarecimento, o impacto no valor das ações foi significativo, com uma queda de 4% registrada próximo ao fechamento do pregão.

Este episódio levantou dúvidas sobre as expectativas de desempenho da Movida para o próximo ano, focando a atenção do mercado nas políticas de juros e depreciação adotadas pela empresa. Analistas do BTG Pactual, parte do mesmo grupo que controla a Exame, apontaram que estas são as variáveis mais críticas que influenciam os resultados da Movida. Vale ressaltar que as metas de receita e EBITDA vazadas estavam alinhadas com as expectativas de mercado.