TECNOLOGIA INCLUSIVA E ÉTICA: COMO EMPRESAS PODEM GARANTIR TRANSPARÊNCIA, INCLUSÃO E CONFORMIDADE

No universo dinâmico da tecnologia, as inovações avançam rapidamente, e os profissionais de direito trabalham continuamente para acompanhar esse ritmo. As equipes jurídicas nas grandes plataformas digitais têm expandido suas responsabilidades: além das funções tradicionais de compliance, estão cada vez mais envolvidas com políticas para desenvolvedores, moderação de conteúdo, acessibilidade e iniciativas de impacto social. Esse movimento busca equilibrar inovação com responsabilidade, um desafio especialmente crítico com o crescimento da inteligência artificial (IA).

Desde o lançamento de assistentes de IA em 2021, o setor de desenvolvimento de software vive uma transformação acelerada que trouxe à tona questões legais complexas. No campo dos direitos autorais, por exemplo, a IA representa uma ferramenta poderosa, mas levanta desafios únicos. Enquanto produtos criados inteiramente por IA enfrentam questões de proteção autoral, obras que combinam IA com direção humana continuam a ser reconhecidas e protegidas pelo direito.

A regulamentação da IA, sobretudo no que tange à propriedade intelectual e à responsabilidade sobre dados, é um tema que exige acompanhamento constante. Na Europa, por exemplo, iniciativas como o AI Act buscam garantir que o peso regulatório recaia sobre produtos comerciais e não sobre o código aberto, permitindo que este último siga como um motor de inovação sem ser sufocado por normas incompatíveis com sua natureza colaborativa.

Em relação à adoção da IA de forma ética e transparente, há uma recomendação clara para líderes empresariais: priorizar a transparência ao escolher parceiros tecnológicos. A transparência em práticas de IA, privacidade e segurança de dados é um sinal de responsabilidade que CIOs e CEOs devem buscar em seus fornecedores. Além disso, questionar sobre práticas de conformidade regulatória e responsabilidade em IA ajuda as empresas a estarem alinhadas com as exigências legais e éticas emergentes.

Um outro aspecto que exige atenção é a mitigação de vieses e erros, as chamadas “alucinações” de IA – respostas incorretas que podem prejudicar a qualidade do desenvolvimento de software. A formação de equipes diversas tem se mostrado um caminho para minimizar esses riscos, pois a diversidade traz múltiplas perspectivas que reduzem vieses. Em ambientes digitais, é essencial que se mantenham boas práticas tradicionais de desenvolvimento, agora incorporadas ao uso da IA, o que implica um controle rigoroso de qualidade e segurança.

Com o avanço das tecnologias de IA, países como o Brasil têm uma grande oportunidade: investir na capacitação de sua força de trabalho para que o desenvolvimento econômico acompanhe a transformação digital. Nesse cenário, a acessibilidade é um aspecto essencial. Para ampliar o alcance das ferramentas digitais, garantir que elas sejam inclusivas é crucial – especialmente para pessoas com deficiência. Ferramentas acessíveis ajudam a construir um futuro no qual todos podem contribuir, independentemente de limitações físicas.

Assim, ao adotar soluções tecnológicas, as empresas devem assegurar que seus fornecedores sigam boas práticas de acessibilidade. Esse cuidado é um pilar para que a tecnologia seja realmente um instrumento de empoderamento, eliminando barreiras ao invés de criá-las e promovendo um ambiente onde a inclusão seja garantida para todos.

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